terça-feira, 3 de maio de 2011

Os indígenas e o poder do "homem branco"


"A Seind é um apêndice do Governo para o Governo dizer que cumpre seu papel social. A secretaria não executa política pública. Não tem orçamento para isso. Não tem como desenvolver projetos, nem como financiá-los. As organizações indígena, que cobravam políticas públicas, assumiram a responsabilidade de gerir essas políticas. Passaram do controle social para a função de executores. Nesse contesto, o movimento indígena começou a se enfraquecer. Não tinham experiência nesse tipo de gestão. Lideranças foram inseridas nas instâncias de decisão apenas como rótulo para dizer que há participação indígena nas decisões. Na prática a relação é desigual. Do lado do Governo, doutores em sociologia, antropologia. Do lado do movimento, as lideranças, que acabam concordando com as imposições do Governo. Muitas lideranças passaram a ser funcionários do Governo. O movimento está dividido. Prevalecem muitos interesses particulares. Na década de 80 e 90 havia um interesse comum, a demarcação Hoje não existe objetivo comum. O maior desafio é a geração de renda. O incentivo para isso, hoje, é incipiente. Sem alternativa econômica, as pessoas acabam saindo das terras indígenas."

João Paulo Barreto, da etnia tucano, graduado em filosofia, mestrando em Antropologia Social na UFAM

Fonte: Jornal A Crítica, 19 de Abril de 2011
Aluna: Fernanda Luisa

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